SUROESTE – RELAÇÕES LITERÁRIAS E ARTÍSTICAS ENTRE PORTUGAL E ESPANHA (1890-1936)
SUROESTE – RELAÇÕES LITERÁRIAS E ARTÍSTICAS ENTRE PORTUGAL E ESPANHA (1890-1936)
Relaciones literarias y artísticas enre Portugal y España (1890-1936)
Assírio & Alvim. 2010. 2 vols. In-4º de 447 + 406-II págs. Br. (reunidos numa caixa).
Fantástico catálogo da exposição realizada no Museu Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporaneo. No primeiro volume estão artigos de várias personalidades, escritores e investigadores nas linguas originais acompanhados de muitas reproduções de manuscritos, capas e frontispícios de livros e revistas literárias, fotografias, postais e obras de arte. O segundo volume contém as traduções portuguesas, castellanas e inglesas dos mesmos artigos.
Escreve Eduardo Lourenço:
O percurso aqui proposto é «[…] um percurso extraordinário, pois nele estão contidas várias revoluções, desde os simbolistas, passando pela ruptura expressionista, por Braque e Picasso, até chegarmos ao Futurismo e, de novo, ao Neo-classicismo. Tudo isto incidindo num período histórico de uma dramaticidade deslumbrante. A primeira Europa verdadeiramente capitalista, que era a potência dominante do mundo, com a sobrevivência ainda, sobretudo em Inglaterra e França, do poder colonial, assistia ao esboçar lento de algo que ninguém poderia imaginar então (a excepção foi realmente Nietzsche).
O território europeu começava a ser um palco de guerra e esse facto marcou profundamente o século XX que continua a ser, na verdade, o nosso tempo. Tudo isto é terrivelmente perverso: a deflagração deste cenário ocorre em paralelo com a apologia do progresso, uma apologia com concretização real, o progresso materializado aconteceu de facto, desde que o comboio trouxe até nós a Inglaterra, e esse acontecer foi silenciando o demónio que se ia gerando no seu avesso, e o mundo sem saber, nessa vivência da euforia da invenção do engenho humano, uma euforia que continua viva hoje. Esta é ainda a nossa história. A medida da aceleração moderna da Europa tem a contrapartida do seu estar a caminho para um abismo que será o da catástrofe mundial, que acompanha a catástrofe europeia.»
O território europeu começava a ser um palco de guerra e esse facto marcou profundamente o século XX que continua a ser, na verdade, o nosso tempo. Tudo isto é terrivelmente perverso: a deflagração deste cenário ocorre em paralelo com a apologia do progresso, uma apologia com concretização real, o progresso materializado aconteceu de facto, desde que o comboio trouxe até nós a Inglaterra, e esse acontecer foi silenciando o demónio que se ia gerando no seu avesso, e o mundo sem saber, nessa vivência da euforia da invenção do engenho humano, uma euforia que continua viva hoje. Esta é ainda a nossa história. A medida da aceleração moderna da Europa tem a contrapartida do seu estar a caminho para um abismo que será o da catástrofe mundial, que acompanha a catástrofe europeia.»
Conjunto apresentado destro de bonita caixa protectora. Como novo.
40,00 €
Vendido