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REF: 14475 Categoria:

PAIVA (XAVIER DE) – CAMÕES EM AFRICA

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PAIVA (XAVIER DE) – CAMÕES EM AFRICA
Scena dramatica em verso. Editada por Paulo da Fonseca.
Imprensa Nacional. Lisboa. 1880. In-8º de 19-I págs. Enc.

Peça composta por ocasião das “Festas da Commemoração do Tri-Centenario do Immortal Épico Portuguez”.

Encadernação antiga, modesta, com defeitos. Miolo em boa condição.

Sobre Policarpo Xavier de Paiva, passamos a transcrever de arepublicano.blogspot.com:

“A 12 ou 13(???) de Janeiro de 1882, faleceu em Lisboa, vítima da tuberculose, o correeiro e mais tarde jornalista Xavier de Paiva.
Nascido em 1850, em Lagos, freguesia de Santa Maria, numa família de parcos recursos não obteve a instrução que necessitava. O pai era um militar, José António Xavier de Paiva e a mãe Maria do Sacramento Paiva. Desde muito jovem começou a trabalhar como correeiro, aprendendo ao longo do tempo a ler e a escrever.

“Em Lisboa, vive com dificuldades, colabora nos jornais republicanos desde 1875-76, mas os problemas financeiros eram muito grandes. À custa de muito trabalho e esforço pessoal conseguiu algum relevo nas letras do seu tempo, especialmente junto daqueles que lutavam pela melhoria das condições das camadas operárias.

“Afirmando-se como republicano, participa nas discussões acaloradas que decorriam no Centro Republicano Federal, a que pertenceu. Esteve também ligado ao aparecimento da Junta Federal Republicana, que em 1878, apresentou Teófilo Braga como candidato a sufrágio pelos republicanos do Bairro de Alfama.

“Durante a celebração dos centenários de Camões e do Marquêz de Pombal conquista algum protagonismo, com a publicação de alguns artigos de crítica que, segundo a imprensa da época, foram muito apreciados.

“Dispersa colaborações nos jornais de Lisboa e Porto, procurando estabelecer laços de amizade com alguns dos homens do movimento republicano em destaque na sua época, como: Costa Goodolfim, Eugénio da Silveira, Gomes Leal, Silva Pereira, Guedes de Oliveira, Bessa de Carvalho, Angelina Vidal e muitos outros.

“Apuramos colaborações nos seguintes periódicos:
– Universo Ilustrado, Lisboa, semanário de instrução e recreio[7-1-1877 a 26-3-1887](colabora desde o primeiro número)
– Ocidente, Lisboa, [1-1-1878 a 1915]
– Voz do Operário, Lisboa,[11-10-1879 a 19??]
– Vulcão, Lisboa, [25-4-1880 a 28-11-1880)(colaborador principal deste jornal)
– Serrote, Porto, [20-5-1877 a 5-3-1878)
– Justiça Portuguesa, Porto, [11-1880 a 1886 ???]
– Enciclopédia Republicana, Lisboa, 1882 [colab.: Magalhães Lima, Teófilo Braga, Teixeira Bastos, Alexandre da Conceição, Feio Terenas, Anes Baganha, Augusto Rocha, entre outros.]
– Almanach do Século para 1882, Dir. Gomes Leal, Kiosque do Rocio, Lisboa, 1881 [com vários textos poéticos e um texto em prosa].

“Publicou ainda:
– Os Bárbaros Modernos, Imp. R. do Crucifixo, Lisboa, 1874, 7 pág.
– Os Maltrapilhos: poesia dedicada a Francisco Pi Y Margall, Tip. Casa da Inglaterra, Lisboa, 1875, 8 pág.
– Camões em África, peça de teatro, drama em verso, Imprensa Nacional, Lisboa,1880, 19 pág. [em colab. com Paulo da Fonseca].
– Passado e o Futuro, Typ. Progressista, Lisboa, 1880, 7 pág.
– O Trabalho, número único, Lisboa, 15-08-1889, Typ. Fénix, 4 pág.
– Mistério de Alfama, romance, Lisboa.

“Morreu no Hospital de S. José, em Lisboa, abandonado e esquecido por todos, porque naquela mesma data, o rei de Espanha visitava a capital. O seu funeral realizou-se civilmente.

“Um ano após a sua morte, Gomes Leal publica o texto de um discurso proferido junto à sepultura de Xavier de Paiva, na cerimónia realizada no dia 14 de Janeiro de 1883, para assinalar o primeiro aniversário da sua morte.

“Sobre mais este jornalista e poeta republicano esquecido pelos portugueses, procuramos elementos na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (GEPB), mas nada consta. No Dicionário Bibliográfico Português, encontram-se três referências dispersas.

“Pesquisas por nós realizadas dão conta que se realizou dez anos depois da sua morte, uma sessão de homenagem no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, com cortejo cívico, onde discursaram Magalhães Lima, pelo jornal O Século, Feio Terenas pela Batalha, Feliciano de Sousa pelo Eco Socialista, Bartolomeu Constantino, pelo Tribuna do Porto e Gomes da Silva pelo Dia[A Vanguarda, Lisboa, 8-5-1892, Ano II, nº 367, p.2].

“Publicou-se ainda um número único, intitulado Xavier de Paiva, onde colaboraram: Eugénio da Silveira, Angelina Vidal, Carlos Calixto, Augusto Figueiredo, Sebastião Baçam, Alfredo Cabral, Paulo da Fonseca, José Fernandes Alves, Francisco do Lago, José Feliciano Oliveira, Júlio d’ Azevedo, João Mathias França e Manuel Domingues Ferreira.

“Conhecem-se dois trabalhos realizados por Raul Esteves dos Santos onde se trata esta figura votada ao ostracismo pela sociedade portuguesa actual:
– Figuras esquecidas: o poeta Xavier de Paiva, Lisboa, 1935, 19 pág.
– Xavier de Paiva: o primeiro grande poeta vindo das classes proletárias, Tip. Voz do Operário, Lisboa, 1949, 50 pág.

“Também o professor Fernando Catroga, na sua obra: O Céu da Memória – Cemitério romântico e culto cívico dos mortos (1756-1911), col. Minerva História, Minerva Editora, Coimbra, 1999 refere por diversas vezes a figura de Xavier de Paiva, em especial as homenagens de que foi alvo e a mensagem de alguns dos seus poemas.”

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