CASTELO BRANCO (CAMILO) – DE COMO ME CASEI
CASTELO BRANCO (CAMILO) – DE COMO ME CASEI
– Le Mariage de Sylvestre – Versão Francesa de OLIVIER DU CHASTEL. Prefácio e comentos de RICARDO JORGE.
Emprêsa Literária Fluminense, Ldª. Lisboa. 1925. In-4º de XV-67-V págs. Br.
Por bastante completa e informativa socorremo-nos para a descrição deste espécime camiliano da descrição feita por Monasticon em http://livreiro-monasticon.blogspot.pt/2014/01/castello-branco-camillo-de-como-me-casei.html:
“Curiosa peça camiliana, em edição bilingue (português-francês), impressa a partir de um artigo publicado num periódico francês – a Revue Politique et Littéraire, de 1893, que além de uma notícia sobre Camilo Castelo Branco, continha a tradução para francês dum fragmento do romance Coração, Cabeça e Estomago, sob o título – Le Mariage de Sylvestre. Valorizada pelo prefácio explicativo do Prof. Ricardo Jorge.
“Procurei o refugio dos penates, o lar em que derivaram bem-aventuradas as gerações dos meus passados. Saboriei-me nas delicias do repouso, posto que em volta de mim só vise as imagens da numerosa familia que descançava no pavimento da pequenina egreja. Lá estavam todos, como operarios, que findaram sua geira, e, ao entardecer, encostaram a fece ao pedestal da cruz, e adormeceram.
“Meditei no suave viver de meus paes, e comparei-o às dores, uma lastimáveis e outras ridiculas, que me tinham delido o coração, e desconcertado o aparelho de pensamento. Viver segundo a razão, alvitre que os philosophos pregôam, é bom de dizer-se e desejar-se; mas emquanto os philosophos não derem uma razão a cada homem, e essa razão egual á de todos os homens, o apostolado é de todo inutil.
“Melhor avisados andam os moralistas religiosos, subordinando a humanidade aos dictames de uma mesma fé; todavia, – e sem menoscabo dos preceitos evangélicos que altamente venero, parece-me que o homem, sincero crente, e devotado christão, no meio d’estes mouros, que vivem á luz do seculo, e meneam os negocios temporaes a seu sabor, tal homem, se pedir a seu bom juiso religioso a norma dos deveres a respeitar, e dos direitos a reclamar, ganha créditos de parvo, e morre sequestrado dos prazeres da vida, se quizer poupar-se ao desgosto de ser apupado, procurando-os.”
“(excerto do texto)”
“Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (1825-1890). “Foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa contemporânea tendo sido romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente do que escrevia. Durante quase 40 anos, entre 1851 e 1890, escreveu à pena, logo sem qualquer ajuda mecânica, mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 por ano. Prolífico e fecundo escritor, deixou obras de referência na literatura lusitana. Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa.”
O nosso exemplar PERTENCE À RARA SÉRIE ESPECIAL DE 100 EXEMPLARES IMPRESSOS EM PAPEL “LEORNE”, DE MAIOR FORMATO, NUMERADOS (nº 73) E RUBRICADOS POR RICARDO JORGE.
Exemplar em bom estado geral de conservação; como as capas da brochura são maiores que o miolo, as extremidades apresentam algumas dobras e pequenas imperfeições. Miolo em excelente estado de conservação, conservando o retrato de Camilo impresso em folha à parte.
MUITO INVULGAR.
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