BRITO (FR. BERNARDO DE) – MONARQUIA LUSITANA (SEGUNDA PARTE)
SEGUNDA// PARTE,// DA MONARCHIA// LUSYTANA// Em que se continuão as Historias de Portugal desde o nascimento de nosso Salva-// dor IESU Christo ate ser dado em dote ao Conde dom Henrique// Dirigida ao Catholico Rey dom Phelippe, segundo do nome// em Portugal & terceiro em Castella, senhor d’Espanha,// Emperador do novo mundo.// E composta por seu mandado, pello Doutor Frey Bernardo de Britto// Chronista geral, & monge da Ordem de São Bernardo.// [gravura]// Impressa em Lisboa no Mosteiro de São Bernardo,com licença// & Privilegio Real.// Por Pedro Crasbeeck. Anno Dñi 1609.
In-fólio (27×20 cm) de III flhs. prelim. inumrs. + 393 flhs. numers. + 14 flhs. finais inumrs. Enc.
Trata-se da PRIMEIRA EDIÇÃO da 2ª parte (ou 2º volume) desta obra monumental composta por 8 partes (ou volumes), iniciada por Frei Bernardo de Brito em 1597 e continuada ao longo dos tempos por António Brandão, Francisco Brandão, Rafael de Jesus e, finalmente, Frei Manuel dos Santos que conclui a obra (oitava parte) já em 1727.
Por bastante completa e informativa, passamos a transcrever parcialmente a entrada da wikipédia relativa à Monarquia Lusitana:
“A Monarchia Lusytana (Monarchia Lusitana, ou Monarquia Lusitana) é um conjunto de oito obras, iniciadas em 1597 pelo cronista Frei Bernardo de Brito, que escreveu as duas primeiras partes. Foi continuada depois por outros cronistas: António Brandão escreveu a terceira e quarta partes, e Francisco Brandão escreveu a quinta e a sexta, ambas sobre D. Dinis. Rafael de Jesus está associado a uma sétima parte sobre D. Afonso IV, e Frei Manuel dos Santos a uma oitava parte, do reinado de D. Fernando a D. João I. Todos esses autores foram cronistas-mor do Reino, e assim a Monarchia Lusitana reflectiu a história oficial portuguesa, durante mais de um século — desde Filipe II até ao reinado de D. João V. É uma obra com teor religioso, invocando acontecimentos bíblicos como factos históricos. Apresenta uma linha de sucessão a partir de Noé, e considerando Tubal, seu neto, como o primeiro povoador da Espanha, apresenta então uma sequência de “Reis Lendários”. Adequava-se ao contexto político português sob domínio filipino (a obra é dedicada a Filipe II), já que favorecia a união de Portugal e Espanha como monarquia natural conjunta, remontando a tempos ancestrais. Bernardo de Brito cita as publicações de Annio de Viterbo, e Florián de Ocampo, que foram alvo de grande contestação no período Iluminista. Alexandre Herculano iniciando a História de Portugal com D. Afonso Henriques, põe um fim ao uso do material mais antigo que tornava a Monarchia Lusytana controversa. No entanto, para entendermos referências a reis lendários antigos, como Tubal, Ibero, Brigo, etc. citados frequentemente na literatura portuguesa antes do séc. XIX, ou para descrição de outros eventos da Antiguidade, a Monarchia Lusytana é em si objetiva e útil, já que remete para obras de autores anteriores, uma boa parte dos quais ainda hoje usados como referências históricas, como por exemplo, Josefo, Plínio, Estrabão, Heródoto, etc.
“A Monarchia Lusytana é mais conhecida pelo trabalho de Bernardo de Brito, dada a escassez de outras fontes históricas sobre períodos anteriores a D. Afonso Henriques. No entanto, a obra de Bernardo de Brito foi também continuada por outros cronistas-mor: António Brandão, Francisco Brandão, Rafael de Jesus e Manuel dos Santos, todos ligados ao Mosteiro de Alcobaça (excepto Rafael de Jesus).
Primeira Parte (Bernardo de Brito, 1597) – “Parte primeira que contem as histórias de Portugal desde a criação do mundo até ao nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”
Segunda Parte (Bernardo de Brito, 1609) – “em que se continuam as Histórias de Portugal desde o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo até ser dado em dote ao Conde Dom Henrique…” Terceira Parte (António Brandão, 1632) – “que contém a história de Portugal desde o Conde Dom Henrique, até todo o reinado del Rey Dom Afonso Henriques ”
Quarta Parte (António Brandão, 1632) – “que contém a história de Portugal desde o tempo del Rey Dom Sancho Primeiro, até todo o reinado del Rey D. Afonso III ”
Quinta Parte (Francisco Brandão, 1650) – “que contém a história dos primeiros 23 anos del Rey D. Dinis…”
Sexta Parte (Francisco Brandão, 1672) – “que contém a historia dos últimos 23 anos del Rey D. Dinis…”
Sétima Parte (Rafael de Jesus, 1683) – “contém a vida de el rei D. Afonso o Quarto por excelência o Bravo”
Oitava Parte (Manuel dos Santos, 1729) – “que contém a história e sucessos memoráveis do reino de Portugal no tempo de el rei D. Fernando, a eleição de el rei D. João I, com muitas noticias da Europa”
Encadernação muito antiga inteira em pele, provavelmente setecentista, com bonita lombada decorada com 5 nervuras, ferros e dizeres a ouro inscritos sobre rótulo em pele vermelha. O rótulo, apesar de antigo, é muito posterior ao fabrico da encadernação.
O livro, atendendo à sua antiguidade (mais de 4 séculos), está em razoável estado geral de conservação mas com algumas importantes falhas e defeitos: faltam o frontispício, e a primeira e as últimas 4 folhas (3 do fim da “Taboada” e 1 da “errata”; sinais bem visíveis de xilófagos que por vezes ofendem a parte impressa mas não impedem a sua leitura. A encadernação está em boa condição.
As folhas em falta podem ser fac-similadas com relativa facilidade e juntas ao resto do volume.
RARO.
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