COUTO (ANTÓNIO) – LEITURA DO TEMPO EM QUE VAMOS
COUTO (ANTÓNIO) – DAQUI, DESTA PLANURA: LEITURA DO TEMPO EM QUE VAMOS
Aletheia. 2020. In-8º de 137-III págs. Br.
O mundo em que vivemos mostra-se nebuloso e sombrio, escorregadio e líquido, sem rostos, sem referências, sem pradarias, sem caminhos, sem fontes e sem céu. Parece que também sem chão. É um mundo assente no senhor «eu» penso, quero, posso, mando, compro, sou visto. «Eu» em nominativo, dono de tudo, sozinho no meio de objetos, que não se recebe de ninguém: sem umbigo, portanto sem mãe; sem fé, portanto sem Deus; excesso e abcesso de autonomia, sem nenhuma heteronomia, alteridade ou exterioridade. Sete biliões de senhores e de solidões alérgicas.
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