Candelabro

Livraria Alfarrabista
desde 1952

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REF: 18346 Categoria:

GANDRA (MANUEL J.) – A BIBLIOTECA DO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA

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GANDRA (MANUEL J.) – A BIBLIOTECA DO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA

Título publicado na “Colecção MAFRA de Bolso”.

Câmara Municipal de Mafra. S/d [2003?]. In-8º de 178-I págs. Br.

Interessante trabalho sobre a grandiosa biblioteca régia de Mafra, ilustrado com algumas fotografias a negro e desenhos técnicos.

Escreve Paul de Laget que “[D. João V] fundou numerosas bibliotecas custo fausto jamais foi igualado”. Esta opinião é uma das muitas que o autor deste livro recolheu de diversas personalidades ao longo de dois séculos.

Recorrendo a palavras do próprio autor: “É unanimemente partilhada a opinião segundo a qual a Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra (doravante BPNMafra) constitui um caso
excecional, singular mesmo, no contexto biblioteconómico lusitano. Diversos são os argumentos probatórios aduzidos. À cabeça, surge o mais consensual de quantos são citados: a BPNMafra é uma biblioteca histórica, efetivamente a única que sobreviveu incólume às vicissitudes que, em maior ou menor grau, estiveram na origem do desbarato das restantes livrarias conventuais portuguesas, inclusive das contemporâneas dela. Depois de apontada tal circunstância, que aconselharia redobradas medidas cautelares no que respeita à sua conservação e gestão, são sublinhadas a amplitude e a excelência do acervo,
frequentemente inusitado até em congéneres estrangeiras. Por fim, invariavelmente num misto de estupefação e incredulidade, evoca-se a ambiência mágica do lugar, geradora de uma irreprimível necessidade de recolhimento interior, face à qual o indizível que paira no ar assume os contornos de uma quase hierofania. De facto, ali é possível ouvir o som do próprio silêncio!… Creio que, efetivamente, uma aura mistérica emana deste autêntico Templo do Saber. Estou mesmo convicto que, apesar do cartesiano desdém da generalidade dos chamados especialistas, existem motivos ponderosos na origem de tão persistente impressão causada pela BPNMafra sobre o visitante intuitivo. A tarefa que me cometi consiste, como já se tornou óbvio, em carrear para o convívio dos leitores elementos que os capacitem a reconstituir o quadro de referências indispensável à recuperação de uma semântica aparentemente perdida. Digo aparentemente perdida, porquanto ela foi simplesmente suplantada pelos modelos epistemológicos modernos, os
quais a baniram e arredaram para áreas periféricas, marginais e herméticas do saber, acessíveis apenas àqueles que, fazendo profissão de fé da sua douta ignorância, buscam na maiêutica socrática a libertação relativamente aos constrangimentos impostos pela caverna e pelas inibições específicas dos cavernícolas

Exemplar como novo.

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